O estabelecimento de um campo androcentrado para a história na França oitocentista

a “questão Dauriat” no Institut Historique de Paris

Autores/as

  • Isadora Tavares Maleval UFF / Professora Adjunta de Teoria e Metodologia da História do Departamento de História da UFF Campos (CHT) http://orcid.org/0000-0003-4882-7907

DOI:

https://doi.org/10.15848/hh.v18.2206

Palabras clave:

Campo historiográfico, Producción intelectual femenina, Siglo XIX

Resumen

En los últimos años, la historia de la historiografía se ha propuesto repensar la constitución del campo de la historia en el siglo XIX, problematizando sus marcas, características y síntomas misóginos del proceso disciplinario. Este artigo é uma tentativa de contribuir com tal debate, tendo como foco la participácion de una “mujer de letras”, la feminista Louise Dauriat, en el congreso de historia organizado por el Institut Historique de Paris, en 1837, e toda la disputa que se estabeleció a partir de entonces. Partimos de este acontecimiento para comprender el rechazo que sufrieron las historiadoras a lo largo del siglo XIX, especialmente en relación con la prohibición de ingreso a instituciones que proponían establecer formatos de investigación y escritura histórica, y los problemas que este ostracismo provocó en términos prácticos y epistémicos.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Biografía del autor/a

Isadora Tavares Maleval, UFF / Professora Adjunta de Teoria e Metodologia da História do Departamento de História da UFF Campos (CHT)

Doutora em História (2015) pelo Programa de Pós-Graduação em História Política da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (PPGH - UERJ), onde também obteve o título de Mestre (2010). Cumpriu estágio doutoral na Université Paris-Sorbonne (2014) e pós-doutoral no Departamento de História da UERJ, através de financiamento CAPES/FAPERJ (2015-2016). Atualmente é professora adjunta da área de Teoria e Metodologia da História no Departamento de História de Campos (CHT) da Universidade Federal Fluminense (UFF). É especialista em temas relacionados à teoria da história, historiografia, história do Brasil Império, história da Primeira República, cultura letrada e história do livro e dos impressos.

Citas

ANDRADE, Débora. Semeando os alicerces da nação: História, nacionalidade e cultura nas páginas da revista Niterói. Revista Brasileira de História, São Paulo, v. 29, n. 58, p. 417-442, 2009.

AUBRY, Anne. Écrire en France et en Amérique du Nord en 1832 en étant femme. Anales de Filología Francesa, n. 25, p. 7-22, 2017.

BLOCH, Marc. Apologia da História, ou o ofício do historiador. Tradução de André Telles. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2001.

BOURDIEU, Pierre. Usos sociais da ciência: por uma sociologia clínica do campo científico. Tradução de Denice Barbara Catani. São Paulo: Editora UNESP, 2004.

CAMPOS, Luna. Flora Tristan. In: DAFLON, Verônica; CAMPOS, Luna (org.). Pioneiras da sociologia: mulheres intelectuais nos séculos XVIII e XIX. Niterói: Eduff, 2022, p. 95-110.

CARRARO, Elaine. O Brasil como tema no Instituto Histórico de Paris. Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Sergipe, n. 47, 2017.

CARRARO, Elaine. O Instituto Histórico de Paris e a regeneração moral da sociedade. 2002. Dissertação (Mestrado em Sociologia) – Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, UNICAMP, Campinas, 2002.

CARVALHO, Bruno de. História e historiadores na vulgarização científica do Brasil oitocentista: as “Conferências Populares da Glória”. História da Historiografia, Ouro Preto, v. 14, n. 37, p. 135–170, 2022. Disponível em: https://www.historiadahistoriografia.com.br/revista/article/view/1780. Acesso em: 31 jan. 2024.

CERTEAU, Michel de. Escrita da história. Tradução de Maria de Lourdes Menezes. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2002.

DIDI-HUBERMAN, Georges. Diante do tempo: história da arte e anacronismo das imagens. Tradução de Vera Casanova, Márcia Arbex. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2015.

ERNOT, Isabelle. Des femmes écrivent l’histoire des femmes au milieu du XIXe siècle: représentations, interprétations. Genre & Histoire [En ligne], n. 4, 2009.

FARIA, Maria Alice. Brasileiros no Instituto Histórico de Paris. São Paulo: Conselho Estadual de Cultura, 1970.

FARIA, Maria Alice. História - Monglave e o Instituto Histórico de Paris. Revista Do Instituto De Estudos Brasileiros, São Paulo, n. 2, p. 43-53, 1967.

DESLANDRES, Paul. Les débuts de l'Institut Historique (1834-1646). Revue des Études Historiques, Paris, jul.-set.1922.

FAURÉ, Christine. Des formes de la protestation politique (France, XVIIe – XIXe siècles). International Review of Sociology, v. 20, n. 2, jul. 2010, p. 291-300.

FAURÉ, Christine. Women’s History after the Law on Parity. In: CÉLESTIN, Roger; DALMOLIN, Eliane; COURTIVRON, Isabelle de (org.). Beyond French Feminisms: debates on women, politics, and culture in France, 1981-2001. New York: Palgrave Macmillan, 2003, p. 39-49.

FIGARO: électeur, juré, contribuable, artiste, financier, auteur, industriel, homme du monde et journaliste, Paris, 9 jan. 1838, Année 11, Numéro 87. Disponível em: https://gallica.bnf.fr/ark:/12148/bpt6k268944q/f2.item.r=dauriat. Acesso em: 31 jan. 2024.

FRAISSE, Geneviève; PERROT, Michelle. Introducción. In: DUBY, Georges; PERROT, Michelle (org.). Historia de las mujeres – tomo 4: El siglo XIX. Madrid: Taurus Ediciones, 1993, p. 11-22.

FURET, François. A oficina da história. Tradução de Adriano Duarte Rodrigues. Lisboa: Gradiva, 1986.

GODINEAU, Dominique. Hijas de la liberdad y ciudadanas revolucionarias. In: DUBY, Georges; PERROT, Michelle (org.). Historia de las mujeres – tomo 4: El siglo XIX. Madrid: Taurus Ediciones, 1993, p. 23-40.

GUIMARÃES, Manoel Salgado. Entre amadorismo e profissionalismo: as tensões da prática histórica no século XIX. Topoi, Rio de Janeiro, p. 184-200, dez. 2002.

GUIMARÃES, Manoel Salgado. Nação e Civilização nos trópicos: o IHGB e o projeto de uma história nacional. Estudos Históricos, Rio de Janeiro, v. 1, n. 1, p. 3-27, 1988.

GUIMARÃES, Manoel Salgado. Uma história da história nacional: textos de fundação. In: LIMA, Ivana Stolze; CARMO, Laura (org.). História social da língua nacional. Rio de Janeiro: Edições Casa de Rui Barbosa, 2008, p. 393-413.

HALPÉRIN, Jean-Louis. The French Civil Code. Londres: Taylor And Francis, 2021.

HARTOG, François. Regimes de historicidade: presentismo e experiências do tempo. Tradução de Andréa Souza de Menezes et. al. Belo Horizonte: Autêntica, 2013.

HOUBRE, Gabrielle. Como a literatura chega às jovens. França, primeira metade do século XIX. Tempo, Rio de Janeiro, n. 9, p. 11-27, jul. 2000.

INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO BRASILEIRO. Breve notícia sobre a criação do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. Revista Trimensal do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, Rio de Janeiro, t. 1, p. 5-8, 1839.

KOSELLECK, Reinhart. Futuro passado: contribuição à semântica dos tempos históricos. Tradução de Wilma Maas, Carlos Pereira. Rio de Janeiro: Contraponto: Ed. PUC-Rio, 2006.

LAMBRON, Ève-Marie. Les relations entre autrices en France et en Italie (1770-1840). Leiden/Boston: Brill, 2022.

LAROUSSE, Pierre. Grand dictionnaire universel du XIXe siècle: français, historique, géographique, mythologique, bibliographique.... T. 2. Paris: Administration du Grand Dictionnaire Universel, 1867.

MALEVAL, Isadora Tavares. Entre a “arca do sigilo” e o “tribunal da posteridade”: o (não) lugar do presente nas produções do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (1838-1889). 2015. Tese (Doutorado em História) – Programa de Pós-Graduação em História Política, UERJ, Rio de Janeiro, 2015.

NARVAEZ, Michèle. As semeadoras. Revista XIX, v. 1, n. 4, p. 11-38, 2017.

OLIVEIRA, Maria da Glória de. A história disciplinada e os seus outros: reflexões sobre as (in)utilidades de uma categoria. In: ÁVILA, Arthur; NICOLAZZI, Fernando; TURIN, Rodrigo (org.). A História (in)disciplinada: teoria, ensino e difusão do conhecimento histórico. Vitória: Editora Milfontes, 2019, p. 53-71.

OLIVEIRA, Maria da Glória de. Os sons do silêncio: interpelações feministas decoloniais à história da historiografia. História da Historiografia, Ouro Preto, v. 11, n. 28, p. 104-140, 2018.

PAYEN, Pascal. A constituição da história como ciência no século XIX e seus modelos antigos: fim de uma ilusão ou futuro de uma herança? História da Historiografia. Ouro Preto, v.4, n. 6, p. 103-122, 2011.

PEREIRA, Ana Carolina. Precisamos falar sobre o lugar epistêmico na Teoria da História. Tempo e Argumento, Florianópolis, v. 10, n. 24, abr.-jun. 2018, p. 88-114.

PRASSOLOFF, Annie. Le statut juridique de la femme auteur. Romantisme, n. 77, 1992, p. 9-14.

QUÉRARD, Joseph-Marie. La littérature française contemporaine: XIXe siècle – t. 3, 1848.

RUDI, Thiago. De l’histoire de l’histoire: o passado dos estudos históricos na França (1810-1933). 2019. Tese (Doutorado em História) – Faculdade de Ciências Humanas e Sociais, UNESP, Franca, 2019.

RIOT-SARCEY, Michèle. DAURIAT Louise. Maitron, 20, février, 2009. Disponível em: https://maitron.fr/spip.php?article29479 . Acesso em: 7 jun. 2023.

RIOT-SARCEY, Michèle. L’argumentaire politique des femmes, de Jeanne Deroin à Julie Daublié. Les Cahiers du CEDREF, v. 2, p. 213-321, 1996.

RIOT-SARCEY, Michèle. Les pétitions sous la monarchie de Juillet: une source de connaissance de l’opinion? La Revue administrative, p. 71-76, 2008.

ROGERS, Rebecca. Le professeur a-t-il un sexe?: les débats autour de la présence d’hommes dans l’enseignement secondaire féminin, 1840-1880. Clio. Histoire, femmes et sociétés [En ligne], v. 4, 1996.

SCOTT, Joan. História das mulheres. In: BURKE, Peter. (org.). A escrita da História: novas perspectivas. São Paulo: UNESP, 1992, p. 63-95.

SCOTT, Joan. Las mujeres y los derechos del hombre: feminismo y sufrágio en Francia, 1789-1944. Buenos Aires: Siglo Veintiuno Editores, 2012.

SMITH, Bonnie C. Gênero e história: homens, mulheres e a prática histórica. Tradução de Flávia Rossler. Bauru/SP: EDUSC, 2003.

SOCIÉTÉ DES ÉTUDES HISTORIQUES. Congrès historique européen, reuni a Paris, au nom de l’Institut Historique, dans la salle Sr.-Jean, de l’Hôte-de-Ville (novembre-décembre 1835). Paris: P. H. Krabbe, 1836, 2 vols.

SOCIÉTÉ DES ÉTUDES HISTORIQUES. Congrès historique européen, reuni a Paris, au siège de l’Institut Historique (septembre-octobre 1839). Paris: Au secrétariat de l’Institut Historique; H.-L. Delloye, 1840.

SOCIÉTÉ DES ÉTUDES HISTORIQUES. Journal de l’Institut Historique, Paris, t. 1, a. 1, 1834.

SOCIÉTÉ DES ÉTUDES HISTORIQUES. Journal de l’Institut Historique, Paris, t. 7, a. 4, 1837.

SOCIÉTÉ DES ÉTUDES HISTORIQUES. Journal de l’Institut Historique, Paris, t. 8-9, a. 5, 1838.

SOCIÉTÉ DES ÉTUDES HISTORIQUES. Registres de l’Institut historique, devenu la Société des études historiques. MS 9185-9186 (Arquivo da Bibliothèque de l’Arsenal, Paris, França).

VERGARA, Moema. A noção de excepcionalidade na história das mulheres: o caso da geração de Flora Tristan. Cadernos Pagu, n. 13, p. 223-251, 1999.

Publicado

2025-10-29

Cómo citar

MALEVAL, I. T. O estabelecimento de um campo androcentrado para a história na França oitocentista: a “questão Dauriat” no Institut Historique de Paris. História da Historiografia: International Journal of Theory and History of Historiography, Ouro Preto, v. 18, p. 1–26, 2025. DOI: 10.15848/hh.v18.2206. Disponível em: https://historiadahistoriografia.com.br/revista/article/view/2206. Acesso em: 30 oct. 2025.

Número

Sección

Artículo original