O nó górdio da modernidade

universalismo e escrita da história na formação de um disputado conceito

Autores/as

  • Rachel Williams PPGH/ UERJ

DOI:

https://doi.org/10.15848/hh.v17.2093

Palabras clave:

Modernidade, Tempo histórico, História Moderna

Resumen

O objetivo deste artigo é problematizar algumas das tensões em torno do conceito de modernidade. Central para diferentes áreas das ciências humanas, “modernidade” congrega, em um mesmo vocábulo, um conceito e uma proposta de periodização, ambos instrumentos essenciais da escrita historiográfica. Pretende-se aqui explorar de que forma a análise do conceito de modernidade, em conexão com uma ideia específica de universalismo, pode nos ajudar a compreender algumas características presentes nas concepções historiográficas europeias formuladas no século XIX, mas que deixaram marcas persistentes ao longo de grande parte do século XX. Nessa direção, buscou-se avaliar de que maneira o conceito de modernidade acabou fornecendo os parâmetros a partir dos quais as sociedades dos demais continentes seriam julgadas e, ato contínuo, hierarquizadas, com os povos da Europa ocidental ocupando o vértice dessa pirâmide classificatória.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Citas

AMORMINO, Luciana. Metáforas espaciais em reflexões sobre temporalidades a partir de Koselleck e Rivera Cusicanqui. In: AMORMINO, Luciana; ANDRADE, Rafael (org.). Experiências culturais do tempo, vol. 2. Belo Horizonte: Fafich/Selo PPGCOM/UFMG, 2020. p. 17-30.

BENTLEY, Jerry. The task of world history. In: BENTLEY, Jerry (org.). The Oxford handbook of world history. New York: Oxford University Press, 2011. p. XII-16.

BETHENCOURT, Francisco. Racismos: das cruzadas ao século XX. Tradução de Luís Oliveira Santos; João Quina. São Paulo: Companhia das Letras, 2018.

BROTTON, Jerry. O bazar do renascimento: da rota da seda a Michelangelo. Tradução de Adriana de Oliveira. São Paulo: Grua, 2009.

BROTTON, Jerry; JARDINE, Lisa. Global interests: renaissance art between east and West. New York: Cornell University Press, 2000.

BURCKHARDT, Jacob. A cultura do renascimento na Itália: um ensaio. Tradução de Vera Lucia de Oliveira Sarmento; Fernando de Azevedo Corrêa. Brasília, DF: Editora Universitária de Brasília, 1991.

CANTIMORI, Delio. Humanismo y religiones en el Renacimiento. Barcelona: Ediciones Península, 1984.

CERTEAU, Michel. História e estrutura. In: CERTEAU, Michel. História e psicanálise: entre ciência e ficção. Tradução de Guilherme João de Freitas Teixeira. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2011.

CHAKRABARTY, Dipesh. Al margen de Europa: pensamiento poscolonial y diferencia histórica. Tradução de Alberto E. Álvarez; Araceli Maira. Barcelona: Tusquets Editores, 2008.

COOPER, Frederick. Colonialism in question; theory, knowledge, history. Berkeley: University of California Press, 2005.

D’ALEMBERT, Jean le Ronde. Discurso preliminar dos editores (junho de 1751). In: DIDEROT, Denis; Enciclopédia, ou dicionário razoado das ciências, das artes e dos ofícios. Vol. 1. Tradução de Fúlvia Morreto; Maria das Graças de Souza. São Paulo: Editora Unesp, 2015.

FOUCAULT, Michel. Arqueologia das ciências e história dos sistemas de pensamento. Tradução de Elisa Monteiro. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2000.

GILROY, Paul. O Atlântico Negro: modernidade e dupla consciência. Tradução de Cid Knipel Moreira. São Paulo: Rio de Janeiro: Ed. 34: Universidade Cândido Mendes, Centro de Estudos Afro Asiáticos, 2012.

GREENBLATT, Stephen. Renaissance self-fashioning: from More to Shakespeare. Chicago: University Press of Chicago, 1980.

HABERMAS, Jürgen. O discurso filosófico da modernidade: doze lições. Tradução de Luiz Sérgio Repa; Rodnei Nascimento. São Paulo: Martins Fontes, 2000.

HALL, Stuart. Da diáspora: identidades e mediações culturais. Tradução de Adelaine La Guardia Resende; Ana Carolina Escosteguy. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2009.

HARTOG, François. Experiências do tempo: da história universal à história global? História, Histórias, v. 1, n. 1, p. 164-179, 2013.

HARTOG, François. Regimes de Historicidade: presentismo e experiências do tempo. Tradução de Andréa Souza de Menezes; Bruna Beffart. Belo Horizonte: Autêntica, 2014.

HEGEL, Georg Wilhelm Friedrich. A razão na História. Tradução de Artur Morão. Lisboa: Edições 70, 2013.

IEGELSKI, Francine. Resfriamento das sociedades quentes? Crítica da modernidade, história intelectual, história política. Revista de História, São Paulo, n. 175, p. 385-414, jul./dez. 2016.

KOSELLECK, Reinhart. Futuro passado: contribuição à semântica dos tempos históricos. Tradução de Wilma Patrícia Maas; Carlos Almeida Pereira. Rio de Janeiro: Contraponto, Ed. PUC-Rio, 2006.

LAUZON, Matthew. Modernity. In: BENTLEY, Jerry (org.). The Oxford handbook of world history. New York: Oxford University Press, 2011. p. 72-88.

MBEMBE, Achille. Crítica da razão negra. Tradução de Sebastião Nascimento. São Paulo: N-1 edições, 2018.

MICHELET, Jules. Histoire de France au seizième siècle; Renaissance. Paris: Chamerot, Libraire-Editeur, 1855.

MUDROVCIC, Maria Inés. The politics of time, the politics of history: who are my contemporaries? Rethinking history, v. 23, n. 4, p. 456-473, 2019.

RANKE, Leopold. History of the reformation in Germany. London: George Routledge and sons, 1905.

ROSSI, Paolo. O nascimento da ciência moderna na Europa. Bauru: Edusc, 2001.

SETH, Sanjay. Razão ou raciocínio? Clio ou Shiva? História da historiografia, n. 11, p. 173-179, 2013.

SMITH, Adam. The Wealth of Nations. Chicago: University of Chicago Press, 1977.

TROUILLOT, Michel-Rolph. Universales nordatlánticos: ficciones analíticas, 1492-1945. In: DUBE, Saurabh (coord.). Encantamiento del desencantamiento; historias de la modernidade. Cidade do México: Centro de estudios de Asia y África, 2011.

VEER, Peter van deer. The global history of “Modernity”. Journal of the economic and social history of the Orient, v. 41, n. 3, p. 285-294, 1998.

WEBER, Max. A ética protestante e o “espírito” do capitalismo. São Paulo: Companhia das Letras, 2004.

Publicado

2024-07-15

Cómo citar

WILLIAMS, R. O nó górdio da modernidade: universalismo e escrita da história na formação de um disputado conceito. História da Historiografia: International Journal of Theory and History of Historiography, Ouro Preto, v. 17, p. 1–21, 2024. DOI: 10.15848/hh.v17.2093. Disponível em: https://historiadahistoriografia.com.br/revista/article/view/2093. Acesso em: 16 jul. 2024.

Número

Sección

Artículo original