Tópicas nos trópicos
o sublime em O Guarani (1857), de José de Alencar
DOI:
https://doi.org/10.15848/hh.v14i35.1604Palabras clave:
Romantismo, Literatura brasileira, RetóricaResumen
Este texto volta-se para um conjunto de lugares-comuns presentes no romance O Guarani (1857), de José de Alencar. Para tanto, buscamos historicizar o paradigma artístico que subsidiou sua escrita, analisar a construção do éthos indígena e mapear algumas figuras mobilizadas para descrever as florestas brasileiras e o cataclismo que encerra a narrativa. Nossa proposta atém-se a uma abordagem estética que não negligencia o caráter datado dos códigos linguísticos, ou seja, tópicas como originalidade e genialidade foram tomadas como convenções ou constructos que o romance alencariano buscou dissimular para atender aos protocolos literários de sua época. Embora seja recorrente a negação dos artifícios retórico-poéticos, o romancista recorreu a novos recursos como, por exemplo, à concepção de sublime. Não há, portanto, ausência de protocolos e prescrições, mas a eleição de outros expedientes letrados articulados às propostas políticas de D. Pedro II, ao projeto indianista e às novas demandas estéticas.
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