Historical revisionism in the commemorations of the 1964 civil-military coup during the Bolsonaro government (2019- 2022)

authoritarian legacies and the closure of the past

Authors

DOI:

https://doi.org/10.15848/hh.v16i41.2003

Keywords:

Military dictatorship, Memory, Negationism

Abstract

The main objective of this article is to problematize the commemorative narratives published by the Bolsonaro government on the anniversaries of the civil-military coup of 1964, questioning the permanence of revisionist and
negationist elements about the Brazilian military dictatorship. The analysis is centered on the Orders of the Day published by the Ministry of Defense on March 31, between the years 2019 and 2022. The results show that the revisionist narrative present in the Orders of the Day is based on discursive structures that began to be built in the coup and the Brazilian military dictatorship. Among the arguments evoked, there is an emphasis on popular support, anti-communist rhetoric and a positive reworking of the dictatorial past, omitting violence and political persecution.
Furthermore, the preeminence given to the Amnesty Law as a “pacifying pact” and the emphasis on understanding the dictatorship “in its own historical context” articulates the desire for closure of the authoritarian past and the promotion of oblivion.

Downloads

Download data is not yet available.

References

A META da marinha é a valorização do homem. Folha de S. Paulo, São Paulo, ano LXIX, n. 14.898, 31 mar. 1970. Primeiro Caderno, p. 6.

ADORNO, Theodor Ludwig Wiesengrund. Educação e emancipação. Rio de Janeiro: Ed. Paz e Terra, 1995.

ANIVERSÁRIO da Revolução será comemorado em todo o país. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, ano LXXIV, n. 55, 9 mar. 1965. Primeiro Caderno, p. 3.

ÁVILA, Arthur Lima de. Qual passado usar? A historiografia diante dos negacionismos. Café História. Brasília, 29 abr. 2019. Disponível em: https://bit.ly/3yGwLKl. Acesso em: 21 abr. 2021.

BATISTA, Ariel Cherxes. O revisionismo utilizado como política de governo pelo bolsonarismo. Cadernos de Pesquisa do CDHIS, Uberlândia, v. 34, n. 2, p. 128-155, jul./dez. 2021.

BAUER, Caroline Silveira. La dictadura cívico-militar brasileña en los discursos de Jair Bolsonaro: usos del pasado y negacionismo. Relaciones Internacionales, Madri, v. 28, n. 57, p. 37-51, 2019.

BRASIL. Ministério da Defesa. Ordem do Dia Alusiva ao 31 de Março de 1964. Brasília, 31 mar. 2019. Disponível em: https://bit.ly/3NASPtP. Acesso em: 18 jan. 2022.

BRASIL. Ministério da Defesa. Ordem do Dia Alusiva ao 31 de Março de 1964. Brasília, 31 mar. 2020. Disponível em: https://bit.ly/3NzqTXq. Acesso em: 18 jan. 2022.

BRASIL. Ministério da Defesa. Ordem do Dia Alusiva ao 31 de Março de 1964. Brasília, 31 mar. 2021. Disponível em: https://bit.ly/3OKvl72. Acesso em: 18 jan. 2022.

BRASIL. Ministério da Defesa. Ordem do Dia Alusiva ao 31 de Março de 1964. Brasília, 31 mar. 2022. Disponível em: https://bit.ly/3nzHXlp. Acesso em: 1 abr. 2022.

CARVALHO, Alessandra; CATELA, Ludmila da Silva. 31 de marzo de 1964 en Brasil: memorias deshilachadas. In: JELIN, Elisabeth (org.). Las conmemoraciones: las disputas en las fechas “in-felices”. Madri: Siglo XXI Editores, 2002. p. 195-244.

CASTRO, Celso. Exército e nação: estudos sobre a história do Exército brasileiro. Rio de Janeiro: Ed. FGV, 2012.

CERRI, Luis Fernando. Ensino de história e consciência histórica: implicações didáticas de uma discussão contemporânea. Rio de Janeiro: Ed. FGV, 2011.

CHAGAS, Viktor. Meu malvado favorito: os memes bolsonaristas de WhatsApp e os acontecimentos políticos no Brasil. Estudos Históricos, Rio de Janeiro, v. 34, p. 169-196, 2021.

CLICHÊS políticos se renovam. Folha de S. Paulo, São Paulo, ano LXIV, n. 20.086, 31 mar. 1984. Primeiro Caderno, p. 6.

CORDEIRO, Janaína Martins. A Marcha da Família com Deus pela Liberdade em São Paulo: direitas, participação política e golpe no Brasil, 1964. Revista de História, São Paulo, n. 180, p. 1-19, 2021.

FERNANDES, Maria Cristina et al. ‘Nossa bandeira jamais será vermelha’, afirma Bolsonaro na posse. Valor, 1, jan., 2019. Disponível em: http://glo.bo/3OFq0hl. Acesso em: 18 jan. 2022.

FERREIRA, Cristina. Cinquenta anos do golpe civil-militar: ordem cívica e ilegalidade no início do governo ditatorial no Brasil (1964-1965). Passagens, Rio de Janeiro, v. 9, n. 2, p. 191-213, mai./ago. 2017.

FESTA da Revolução terá Elisete. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, ano LXXIX, n. 301, 29 e 30 mar. 1970. Primeiro Caderno, p. 7.

GAGNEBIN, Jeanne Marie. Memória, história, testemunho. In: BRESCIANI, Maria Stella; NAXARA, Márcia (org.). Memória e (res)sentimento: indagações sobre uma questão sensível. Campinas: Ed. UNICAMP, 2004. p. 83-93.

GEISEL exalta a democracia no aniversário da Revolução. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, ano LXXIX, n. 302, 31 mar. 1970. Primeiro Caderno, p. 5.

GOVERNO Bolsonaro ganha na Justiça direito de celebrar Golpe Militar de 64. Poder360, 17, mar., 2021. Disponível em: https://bit.ly/3R8aCeP. Acesso em: 18 jan. 2022.

MALERBA, Jurandir. Os historiadores e seus públicos: desafios ao conhecimento histórico na era digital. Revista Brasileira de História, Rio de Janeiro, v. 37, n. 74, p. 135-154, 2017.

MÁXIMO, Wellton et al. Com 100% das urnas apuradas, Bolsonaro obteve 57,7 milhões de votos. Agência Brasil, 28, out., 2018. Disponível em: https://bit.ly/3nANet3. Acesso em: 23 jun. 2022.

MILITÃO, Eduardo. Em clima de campanha, Bolsonaro elogia Ustra e diz que ‘luta contra o mal’. Uol, 27, mar., 2022. Disponível em: https://bit.ly/3ydZLrf. Acesso em: 23 jun. 2022.

MOTTA, Rodrigo Patto Sá. O golpe de 1964 e a ditadura nas pesquisas de opinião. Revista Tempo, Rio de Janeiro, v. 20, p. 1-21, 2014.

MOTTA, Rodrigo Patto Sá. Passados presentes: o golpe de 1964 e a ditadura militar. Rio de Janeiro: Zahar, 2021.

NAPOLITANO, Marcos. Recordar é vencer: as dinâmicas e vicissitudes da construção da memória sobre o regime militar brasileiro. Antíteses, Londrina, v. 8, n. 15, p. 9-44, nov., 2015.

NATEL: Brasil reencontrou-se consigo. Folha de S. Paulo, São Paulo, ano LI, n. 15.263, 31 mar. 1971. Primeiro Caderno, p. 6.

PEREIRA, Matheus Henrique de Faria. Lembrança do presente: ensaios sobre a condição histórica na era da internet. Belo Horizonte: Autêntica, 2022.

PORTELLI, Alessandro. O massacre de Civitella Val di Chiana (Toscana, 29 de junho de 1944): mito e política, luto e senso comum. In: AMADO, Janaina; FERREIRA, Marieta de Moraes (coord.). Usos & abusos da história oral. Rio de Janeiro: Ed. FGV, 2006. p. 103-130.

REIS FILHO, Daniel Aarão. Ditadura e democracia no Brasil: do golpe de 1964 à Constituição de 1988. Rio de Janeiro: Zahar, 2014.

REÚNE-SE hoje comissão encarregada de comemorar aniversário da Revolução. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, ano LXXIV, n. 56, 10 mar. 1965. Primeiro Caderno, p. 11.

REVOLUÇÃO Democrática de 31 de Março de 1964. Exército Brasileiro, Campo Grande, 10, abr., 2017. Disponível em: https://bit.ly/3R5CRuS. Acesso em: 3 jul. 2022.

RODEGHERO, Carla Simone. A Anistia de 1979 e seus significados, ontem e hoje. In: REIS FILHO, Daniel; RIDENTI, Marcelo; MOTTA, Rodrigo Patto Sá (org.). A ditadura que mudou o Brasil: 50 anos do golpe de 1964. Rio de Janeiro: Zahar, 2014. p. 172-185.

ROLLEMBERG, Denise; QUADRAT, Samantha Viz. Apresentação. In: ROLLEMBERG, Denise; QUADRAT, Samantha Viz (org.). A construção social dos regimes autoritários: legitimidade, consenso e consentimento no Século XX. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2010. p. 11-32.

SILVA, João Teófilo. As Forças Armadas brasileiras e as heranças da ditadura militar de 1964: cultura política de direita e tentativa de interdição do passado (1995-2014). In: BOHOSLAVSKY, Ernesto; MOTTA, Rodrigo Patto Sá; BOISARD, Stéphane (org.). Pensar as direitas na América Latina. São Paulo: Alameda, 2019. p. 99-120.

SOARES, Ingrid. Bolsonaro diz que não houve golpe militar em 1964: Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou que que o Marechal Castelo Branco foi eleito de acordo com a Constituição. Correio Braziliense, 31, mar., 2020. Disponível em: https://bit.ly/3ykIWeu. Acesso em: 18 jan. 2022.

TEMORES agora são por festas da Revolução. Folha de S. Paulo, São Paulo, ano XLVIII, n. 14.168, 31 mar. 1968. Primeiro Caderno, p. 17.

VIDAL-NAQUET, Pierre. Assassinos da memória: “Um Eichman de papel” e outros ensaios sobre o revisionismo. Campinas: Papirus, 1988.

VILELA, Pedro Rafael. Bolsonaro autoriza celebração do 31 de março de 1964: uma mensagem em alusão à data será lida nos quarteis. Agência Brasil, Brasília, 25, mar., 2019. Disponível em: https://bit.ly/3uljqo5. Acesso em: 18 jan. 2022.

ZIMMERMANN, Ana Carolina. O golpe vira uma festa: o 31 de março de 1964 nos discursos e práticas cívico-patrióticas (1970-1971). 2020. TCC (Graduação em História) - Departamento de História e Geografia, Universidade Regional de Blumenau, Blumenau, 2020.

Published

2023-12-26

How to Cite

ZIMMERMANN, A. C. Historical revisionism in the commemorations of the 1964 civil-military coup during the Bolsonaro government (2019- 2022): authoritarian legacies and the closure of the past. História da Historiografia: International Journal of Theory and History of Historiography, Ouro Preto, v. 16, n. 41, p. 1–27, 2023. DOI: 10.15848/hh.v16i41.2003. Disponível em: https://historiadahistoriografia.com.br/revista/article/view/2003. Acesso em: 3 jul. 2024.

Issue

Section

Research article