Tempo e História na aesthesis decolonial fílmica Mbyá-Guarani

Autores

  • Luisa Tombini Wittmann UDESC

DOI:

https://doi.org/10.15848/hh.v16i41.1998

Palavras-chave:

História Indígena, Cinema, Tempo

Resumo

Este artigo analisa parte da produção do Coletivo Mbyá-Guarani de Cinema a partir das noções de tempo e de história expressas em seus filmes (e filmagens) que, por um lado, denunciam um passado violento que se mantém no presente e, por outro, fortalecem suas lutas pelo território, pelo Bem Viver (nhanderekó). O foco da análise documental são os primeiros filmes do Coletivo - Mokoi Tekoá, Petei Jeguatá: Duas aldeias, uma caminhada (2008) e Bicicletas de Nhanderú (2011) -, quando o grupo constrói um fazer fílmico coletivo impulsionado pelos desafios da colonialidade. Para melhor compreender esta linguagem, fazemos uso do conceito de aesthesis decolonial, demonstrando que essa narrativa guarani não apenas combate o discurso eurocentrado, mas cria uma forma singular de filmar e de contar sua história ancorada nas relações entre oralidade, território e ancestralidade.

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Publicado

2023-08-07

Como Citar

TOMBINI WITTMANN, L. Tempo e História na aesthesis decolonial fílmica Mbyá-Guarani. História da Historiografia: International Journal of Theory and History of Historiography, Ouro Preto, v. 16, n. 41, p. 1–25, 2023. DOI: 10.15848/hh.v16i41.1998. Disponível em: https://historiadahistoriografia.com.br/revista/article/view/1998. Acesso em: 3 jul. 2024.

Edição

Seção

Dossiê: Corpos, tempos, lugares da historiografia