Mithistória do debate persa (Heródoto, III, 80-82)
DOI:
https://doi.org/10.15848/hh.v0i10.483Palavras-chave:
Heródoto, Historiografia, Historiografia antigaResumo
É predominante a tese de que o debate persa fala grego e diz a realidade histórica da pólis consoante o horizonte mental do lógos helênico. Todavia, o lógos herodoteano suscitou perplexidades que intrigam o melhor entendimento do texto, a denunciar ou indefinições ou ambiguidades ou mesmo inconsistências, que os críticos intentam equacionar por meios de (in)certos desvios analíticos. O presente artigo, considerando que o desenvolvimento narrativo antitético construído retoricamente pelo Debate contrapõe os antagonismos das formas políticas segundo uma estratégia argumentativa de significações cumulativas, propõe aproximar sua semântica conceitual de uma correspondente narrativa consagrada, entretanto, em registro de mythos. Assim relido o Debate a integrar a semântica mítica, propõe-se que a hermenêutica do texto herodoteano supõe a dualidade complementar de um jogo semântico: a afirmação do lógos dominante da linguagem em que ele se exprime ocultaria como recessiva a memória da linguagem do mito que seria (im)perceptivelmente elidido.
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