Historiografia e poder: o valor da história, segundo o pensamento de Isidoro de Sevilha e de Valério do Bierzo (Hispania, século VII)
DOI:
https://doi.org/10.15848/hh.v0i5.178Palavras-chave:
Historiografia, Isidoro de Sevilha, Valério do Bierzo.Resumo
A Antiguidade Tardia (séculos III/VIII) se apresenta como um período histórico marcado por diversas reformulações políticas, sociais, culturais e religiosas vinculadas com a tradição helenística greco-romana. Dentre as várias reformulações ocorridas destacamos aquela que faz referência à concepção e à ideia da própria História, visivelmente pautada na retórica helenística e que passa, no mundo tardo-antigo, ao ambiente do conhecimento gramatical. Tal mudança se deve tanto pelas inovações técnicas e materiais características a partir do século III como também pela nova forma de vincular os acontecimentos históricos à vontade celeste. Tal inovação, típica da Antiguidade Tardia, será adotada pelos pensadores cristãos a partir do século IV, tendo como resultado mais evidente a ideia da intervenção divina no desenvolvimento da própria História. Voltando nossa abordagem a dois pensadores do reino hispano-visigodo de Toledo no século VII, Isidoro de Sevilha e Valério do Bierzo, buscaremos analisar as respectivas ideias que ambos apresentavam sobre a História, além de observarmos que seus escritos podem ser caracterizados como obras historiográficas direcionadas ao fortalecimento do poder por parte dos grupos nobiliárquicos hispanovisigodos e, também, tardo-antigos.
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