Moldando o corpo do Brasil: Jaime Cortesão, Rodrigo Octávio, a representação de Gusmão e o metajogo na região do Prata

Autores

  • Renato Amado Peixoto UFRN

DOI:

https://doi.org/10.15848/hh.v0i22.1154

Palavras-chave:

Jaime Cortesão, História da historiografia, Representação

Resumo

A representação de Alexandre Gusmão foi sedimentada por Jaime Cortesão em 1956 no contraponto das visões baseadas nos escritos de Rodrigo Octávio, produzindo uma representação do político que se colocava contra o alinhamento aos Estados Unidos. Esta fabricação estava inserida, também, no metajogo político e historiográfico do Prata e se postava contra parte da historiografia argentina. Além disto, Cortesão estava incorporado ao projeto de autonomia e profissionalização da corporação diplomática, centrado então no IRB, visando inscrever o papel do diplomata na formação do espaço e da identidade brasileira. A criação do IRB também propiciava a autonomia do MRE em relação a um projeto de história compartilhado com o IHGB. No caso, a disseminação da produção do IRB foi dinamizada pelas prescrições deixadas pela ‘Comissão Revisora dos textos de História e Geografia’. Ao articular numa mesma perspectiva todos estes metajogos historiográficos e políticos, Jaime Cortesão leva o seu analista a ter de considerar instrumentos teóricos e metodológicos que permitam explicitá-los. Entendo que isto ultrapassa certas considerações usuais em torno dos termos ‘Quem e como se faz a história’, levando a ter de inquirir os insumos teóricos que serviram a Michel de Certeau de modo a poder pensar as questões da representação do político e do lugar do historiador em relação à escrita da história.

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Biografia do Autor

Renato Amado Peixoto, UFRN

Renato Amado Peixoto é professor adjunto da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), onde atua no Departamento de História e no Programa de Pós-Graduação em História (PPGHIS). Fez seu mestrado na UERJ e trabalhou em sua dissertação a produção e a construção do saber geopolítico no Brasil, focando a ESG e o governo Castelo Branco. Defendeu sua tese de doutoramento na UFRJ, trabalhando o problema da construção do espaço nacional brasileiro por meio da cartografia e das corografias no século XIX. Leciona nas áreas de História Contemporânea; História Regional e Local; História do Brasil República. Dedica-se a pesquisa na área de História dos espaços trabalhando as relações de produção e construção de identidades e espacialidades nos campos cultural e político. Atualmente está focando em sua pesquisa a produção e a reelaboração do pensamento católico e sua relação com a construção do espaço e da identidade no Rio Grande do Norte no século XX. Secundariamente, mantém o interesse na pesquisa e análise da produção literária de Robert E. Howard e H. P. Lovecraft e na investigação da História da Política Externa brasileira, ambos conexão com os problemas de espacialidade e identidade. Trabalha com as seguintes linhas: 'Cultura, poder e representações espaciais e 'Geopoder, geopolítica, território e Estado'. Encontra-se vinculado na UFRN à base de pesquisa 'Cartografias Contemporâneas - História, espaços, produção de subjetividades e práticas institucionais' e coordena o Grupo de estudo do Espaço e de suas Representações Culturais (GERC).

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Publicado

2017-01-31

Como Citar

PEIXOTO, R. A. Moldando o corpo do Brasil: Jaime Cortesão, Rodrigo Octávio, a representação de Gusmão e o metajogo na região do Prata. História da Historiografia: International Journal of Theory and History of Historiography, Ouro Preto, v. 9, n. 22, 2017. DOI: 10.15848/hh.v0i22.1154. Disponível em: https://historiadahistoriografia.com.br/revista/article/view/1154. Acesso em: 29 mar. 2024.

Edição

Seção

Dossiê "Historiadores e historiadoras, esses desconhecidos: Quem e como se escreve a História"